ARTIGO

O risco de TEV é mais alto em cirurgias de emergência do que em procedimentos eletivos

Publicado

Set/2021

6 min

Médicos realizando procedimento cirúrgico na perna do paciente

Seguir um protocolo de risco cirúrgico adequado reduz riscos ao paciente e aumenta as chances de sucesso da operação, pois a cirurgia de emergência e os procedimentos mais invasivos estão associados ao risco significativamente maior de TEV.

Mensagem principal

  • O risco de tromboembolismo venoso (TEV) é significativamente mais alto na cirurgia geral de emergência do que na cirurgia eletiva.1
  • A cirurgia de emergência e os procedimentos mais invasivos estão associados a risco significativamente maior de TEV.1

Por que isso importa

  • Este é o primeiro estudo comparativo do índice de TEV em cirurgias de emergência em relação às mesmas cirurgias realizadas de forma eletiva.1
  • Os cirurgiões e os hospitais devem promover processos de pesquisa e aprimoramento da qualidade que visem aos pacientes submetidos a cirurgias eletivas para prevenir e mitigar o risco de TEV.1
  • Um esquema mais agressivo de quimioprofilaxia de TEV deve ser considerado nas cirurgias de emergência e nas cirurgias mais invasivas.1

Desenho do estudo

  • Um estudo retrospectivo de coorte com 604.537 pacientes da base de dados do Programa Nacional de Melhoria da Qualidade Cirúrgica do American College of Surgeons.1
  • Os pacientes foram submetidos a colecistectomias (n=285.847), reparos de hérnia abdominal (RHAs; n=158.500) e colectomias parciais (CPs; 160.190) durante o período de 2005 a 2016.1
  • O desfecho primário foi a ocorrência de TEV aos 30 dias.1
  • Financiamento: não divulgado.

Resultados principais

  • A média de idade foi de 55,3 anos.1
  • Dentre os procedimentos, 57,3% foram realizados através de laparoscopia.1
  • O índice geral de TEV em 30 dias foi de 1,1% (trombose venosa profunda [TVP], 0,8%, e embolia pulmonar [EP], 0,4%).1
  • O índice de TEV em 30 dias foi de 1,9% nas cirurgias de emergência e de 0,8% nas cirurgias eletivas (p<0,001).1
  • Aos 30 dias, as cirurgias de emergência versus eletivas mostraram índice significativamente mais alto de:
    - TVP: 1,4% vs. 0,5% (p<0,001).
    1
    - EP: 0,6% vs. 0,3% (p<0,001).1
  • O índice de TEV foi de 0,4% nas cirurgias laparoscópicas e de 2,0% nas cirurgias abertas.1
  • O índice de TEV cresceu com o aumento da invasividade das cirurgias (0,5% nas colecistectomias, 0,8% em RHAs e 2,4% em CPs; p<0,001).1
  • A taxa de mortalidade em 30 dias foi nove vezes mais alta nos pacientes submetidos a cirurgias de emergência versus cirurgias eletivas (3,6% vs. 0,4%; p<0,001).1
  • Em uma análise multivariada, os fatores de risco independentes de TEV foram:
    - Cirurgia geral de emergência (OR: 1,70; IC de 95%: 1,61-1,79; p<0,001).
    1
    -Cirurgia aberta (OR: 3,38; IC de 95%: 3,15-3,63; p<0,001).1
    -CP (OR: 1,86; IC de 95%: 1,73-1,99; p<0,001).1

Limitações

  • Desenho retrospectivo.1
  • A base de dados representa apenas uma amostra dos procedimentos realizados e, portanto, os achados podem não ser generalizáveis.1
  • A adesão à quimioprofilaxia de TEV, a dosagem e o tipo de anticoagulante usado não foram conhecidos.1
  • As informações sobre locais de prática específicos ou tipos de instalação não estavam disponíveis.1

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    Referências

    1. Ross SW, Kuhlenschmidt KM, Kubasiak JC, Mossler LE, Taveras LR, Shoultz TH, et al.
      Association of the risk of a venous thromboembolic event in emergency vs elective general surgery.
      JAMA Surg. 2020;155(6):503-11.