ARTIGO

22. Monitoramento do desempenho com o uso de métricas – Resumo Guia AHRQ – Capítulo 6¹

Tópicos
TEV
AHRQ

Publicado
Jul/2020

5 min

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Este capítulo aborda a medição no monitoramento e na prevenção do tromboembolismo venoso associado a hospitalização.

Um bom sistema de medição é essencial para alcançar a meta ideal de TEV. A medição necessária para avaliar o desempenho inicial e entender o processo de administração de cuidados consta de divulgações públicas e atende às exigências dos órgãos regulatórios, que estão cada vez mais relacionadas às políticas
de reembolso.
Uma boa medição informa os esforços contínuos de melhoria e identifica pontos fortes e fracos. Os dados podem conscientizar a equipe de profissionais de saúde sobre a necessidade de melhorias, de engajá-los nesses esforços.

As medições são categorizadas de acordo com a avaliação da estrutura, do processo ou dos resultados por medidas de compensação.

As medições da estrutura avaliam as disponibilidades das ferramentas organizacionais de apoio às iniciativas de prevenção do TEV.

As medições dos processos examinam a confiabilidade das etapas da administração dos cuidados com a saúde.

As medições do resultado avaliam o impacto sobre determinado desfecho clínico. O resultado é a redução segura da incidência de HA-VTE e das morbidades, dos custos, do sofrimento emocional e da mortalidade associados.

As medições de compensação monitoram as potenciais consequências adversas
e involuntárias das intervenções.

A figura 1.1 ilustra a administração do tratamento em diversas etapas, além de representar uma cadeia de desfechos relativos ao HA-VTE.

A medição mais importante determina se o paciente recebeu a profilaxia adequada de TVE nas diversas etapas da hospitalização.

Figura 1.1: Cadeia de desfechos do HA-VTE

Figura 1.1

Embora haja ampla variedade de métricas, as duas principais são a prevalência da profilaxia adequada do TEV e a incidência de HA-VTE.

Métrica principal 1: prevalência de profilaxia adequada de TEV

Diversas medidas focam a proporção de pacientes elegíveis que recebem profilaxia no mesmo dia ou no dia seguinte à internação ou que têm documentação justificativa do motivo pelo qual a profilaxia não foi administrada.

A revisão proativa dos pacientes na janela de 24 horas após a internação ou a transferência pode identificar e abordar as deficiências do tratamento de forma bastante precoce durante a hospitalização, além de melhorar o desempenho.

Os pacientes sem profilaxia são revisados com mais cuidado para verificar se há justificativa para a falta de tratamento profilático. Além disso, é possível realizar revisão mais aprofundada no caso dos pacientes que recebem apenas profilaxia mecânica, de modo a determinar se atendem à definição do protocolo de profilaxia adequada de TEV. Pode-se utilizar ligações programadas, mensagens ou notas, para contatar o profissional responsável e pedir esclarecimentos ou uma solicitação de profilaxia.

A avaliação da adequação da profilaxia de pacientes propicia diversas vantagens em tempo real e os profissionais podem ser alertados sobre as deficiências da profilaxia, o que pode gerar oportunidades de melhorar os cuidados e educar a equipe.

Outra maneira de auditar a profilaxia adequada de TEV é o uso do método denominado de vermelho/amarelo/verde, ou método do farol.

Esse método é direcionado a todos os pacientes e não limita apenas nas primeiras 24 horas após a hospitalização ou a transferência para a UTI.

Clique na tabela acima para ver o método do farol. Utilizam-se códigos de cores para facilitar o uso.

A figura 1.2 representa o método do farol.

Figura 1.2 - Versão automatizada de um relatório segundo o método do farol

Figura 1.2

Métrica principal 2: incidência de TEV associado à hospitalização

O objetivo da equipe de melhoria é reduzir a incidência global de HA-VTE. O monitoramento de HA-VTE potencialmente evitável é uma medida consequente e atraente considerando-se que esses eventos são os mais passíveis de remissão.

É importante identificar os pacientes reinternados com TEV recém-diagnosticado considerando-se que grande proporção de eventos de TEV pode estar presente nos 30 dias posteriores à alta hospitalar.

Os métodos acima dependem da identificação dos códigos diagnósticos de TEV. Um método melhor, se possível, é identificar e revisar todos os casos de TEV, conforme são diagnosticados, por meio de angiotomografia pulmonar, ultrassonografia com Doppler das extremidades, testes de ventilação-prefusão, venografia e achados de autópsia.

Resumo da abordagem da medição

As equipes de melhoria precisam de um sistema de medição significativo para apoiar seu trabalho. A medição de métricas importantes pode com frequência ser facilitada se a documentação e os order sets forem desenvolvidos proativamente para detectá-las, sem que se considere a medição um instrumento
de reparação.


REFERÊNCIAS

  1. Maynard G.

    Preventing hospital-associated venous thromboembolism: a guide foreffective quality improvement, 2nd ed. Rockville, MD: Agency for HealthcareResearch and Quality

    October 2015.AHRQ Publication No. 16-0001-EF.