Conhecida como uma doença silenciosa, a hepatite B é uma doença infecciosa que agride o fígado, causada pelo vírus B da hepatite (HBV).1 De 1999 a 2020, foram informados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) 254.389 casos de hepatite B no país.2
O que causa a hepatite B é a presença desse vírus no sangue e nas secreções, por isso a hepatite B é considerada uma infecção sexualmente transmissível.1 Para combater as hepatites virais, o Brasil tem uma meta, proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2016, e precisa ser atingida nos próximos 9 anos: reduzir novas infecções em 90% e a mortalidade atribuível às hepatites em 65% até 2030.2
Hepatite B: sintomas
Na maioria dos casos, a hepatite B não apresenta sintomas e muitas vezes é diagnosticada décadas após a infecção, com sinais relacionados a outras doenças do fígado, como cansaço, tontura, enjoo/vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados. A principal forma de prevenção da hepatite b, no entanto, é por meio da vacinação.3
Vacinação contra a hepatite B
A vacina contra a hepatite B está disponível no SUS para todas as pessoas não vacinadas. Para crianças, a recomendação é que se façam quatro doses da vacina, sendo: ao nascer e aos 2, 4 e 6 meses de idade (vacina pentavalente). Já para a população adulta, geralmente, o esquema completo se dá com aplicação de três doses. Para população imunodeprimida deve-se observar a necessidade de esquemas especiais com doses ajustadas da vacina para hepatite B, disponibilizadas nos Centros de Imunobiológicos Especiais (CRIEs).3
Trata-se de uma vacina inativada, portanto, não tem como causar a doença. É composta por proteína de superfície do vírus da hepatite B purificado, hidróxido de alumínio, cloreto de sódio e água para injeção. Pode conter fosfato de sódio, fosfato de potássio e borato de sódio.6
Você conhece o CRIE?
O Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) é constituído de infraestrutura e logística específicas, destinado ao atendimento de indivíduos portadores de quadros clínicos especiais, ou seja, que possuem contraindicação à utilização dos imunobiológicos disponíveis no SUS, indivíduos imunocompetentes e imunodeprimidos, e aqueles que apresentam outras condições de risco e outros grupos especiais.4
Os CRIEs atendem de forma personalizada o público que necessita de produtos especiais, de alta tecnologia e alto custo, adquiridos pelo PNI. Porém, para fazer uso desses imunobiológicos, é necessário apresentar a prescrição com indicação médica (com CID10) e relatório clínico do seu caso (em receituário ou outro documento, cópia de resultado de exame que comprove o laudo, se for o caso).5
Nos municípios onde não há CRIE, basta procurar a Secretaria Municipal de Saúde – Programa Municipal.5
Hepatite B: prevenção
Outras formas de prevenção da hepatite B devem ser observadas, como usar camisinha em todas as relações sexuais e não compartilhar objetos de uso pessoal, como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, material de manicure e pedicure, confecção de tatuagem e colocação de piercings.3
A hepatite B pode ser transmitida da mãe para o filho durante a gestação ou durante o parto, sendo essa via denominada de transmissão vertical. Esse tipo de transmissão, caso não seja evitada, pode implicar em uma evolução desfavorável para o bebê, que apresenta maior chance de desenvolver a hepatite B crônica.3
Para evitar a hepatite B em recém-nascidos, a investigação deve ser feita em todas as gestantes a partir do primeiro trimestre ou quando do início do pré-natal, sendo que o exame pode ser feito por meio laboratorial e/ou testes rápidos.3
Para todas as crianças expostas à hepatite B durante a gestação está recomendada a vacina e imunoglobulina humana anti-hepatite B (IGHAHB), preferencialmente nas primeiras 24 horas do pós-parto – essas medidas realizadas em conjunto previnem a transmissão perinatal da hepatite B em recém-nascidos em mais de 90%.3
Tratamento para a hepatite B
Após o resultado positivo e confirmação, o tratamento será realizado com antivirais específicos. Além do uso de medicamentos, quando necessários, é importante que se evite o consumo de bebidas alcoólicas.1
Os tratamentos disponíveis atualmente não curam a infecção pelo vírus da hepatite B, mas podem retardar a progressão da cirrose, reduzir a incidência de câncer de fígado e melhorar a sobrevida em longo prazo.1
Referências