VÍDEO

Highlight SOCESP 2021

Tópicos
 

Publicado

Out/2021

🕚

20 min

Este conteúdo foi desenvolvido pelo especialista Dr. André Faludi e conta com os principais destaques apresentados no Congresso da Socesp. Dentre os temas estão: dislipidemia, novas terapias hipolipemiantes e doenças cardiovasculares.

Dr. André Árpád Faludi

CRM-SP 38846
Chefe da Seção Médica de Dislipidemias e Diabetes do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Doutor em Medicina pela FMUSP. Presidente do Departamento de Aterosclerose da SBC (2016/2017).

Dislipidemia na prática clínica

No Congresso da Socesp, foram apresentados vários aspectos importantes da dislipidemia. Para explicar a importância da terapia hipolipemiante intensiva, os estudos epidemiológicos mostraram fortes evidências da associação entre colesterol mais baixo e menor risco de evento aterosclerótico cardiovascular. Nesse sentido, a metanálise do Prospective Studies Collaboration1, com mais de 890 mil participantes, demonstrou que quanto menor o colesterol, menor o risco de morte por doença cardiovascular aterosclerótica. Quanto ao embasamento fisiopatológico do envolvimento de LDL e lipoproteínas ricas em triglicérides na fisiopatologia da aterogênese, já está bem demonstrado. Também há relação entre o tratamento mais intensivo de redução do LDL-c e regressão da placa aterosclerótica.

Os estudos de ultrassom intravascular demonstraram claramente que a redução do LDL-c impediu a progressão da placa aterosclerótica, e reduções ainda mais agressivas foram acompanhadas de diminuição do volume da placa de ateroma, conforme demonstrado no estudo ASTEROID3, com a rosuvastatina, e no GLAGOV4, com inibidor da PCSK9. Quanto aos dados genéticos, variantes genéticas que cursam com níveis mais baixos de colesterol ao longo da vida se associaram a reduções significativamente maiores nos eventos cardiovasculares, até maiores do que encontrados em estudos randomizados, valores que atingiram a diminuição de 54,5% na incidência de doença arterial coronária por mmol/L (39 mg/dL) no LDL-c.5 Quanto ao tratamento medicamentoso, os estudos mostram resultados inequívocos de benefício da redução do LDL-c. A metanálise do CTT mostrou que quanto maior a redução obtida no LDL-c, maior foi a redução dos eventos vasculares; e quanto maior o risco do paciente maior o benefício. Redução de LDL-c de 39 mg/dL reduziu em média 20% os eventos vasculares maiores em cinco anos e quanto maior o tempo de tratamento maior também será o benefício.6

Apesar das reduções obtidas no LDL-c em torno de 50% com estatinas potentes e em altas doses (atorvastatina 80 mg/dia e a rosuvastatina 20 a 40 mg/dia) ainda continuava ocorrendo evento cardiovascular (risco residual).7 Nos últimos anos, vieram estudos com novas terapias que testaram novos medicamentos em mais de 130 mil pacientes como a ezetimiba, os inibidores da PCSK9, ácidos graxos omega-3 e inibidores da CETP. Esses estudos mostraram que nós poderíamos ir além na redução do LDL-c e se observou que, independentemente de com qual medicamento se reduz o LDL-c, o benefício é o mesmo. Os resultados de uma metanálise mostraram que mesmo naqueles pacientes que já partiram de níveis baixos de LDL-c e que estavam em uso de estatina, a redução adicional de 39 mg/dL no LDL-c reduziu os desfechos cardiovasculares em aproximadamente 20%.8 Por isso, as diretrizes mudaram as metas para 50 ou 55 mg/dL no grupo de pacientes com muito alto risco. Todavia, estudos demonstram a dificuldade de atingir metas terapêuticas em pacientes com muito alto risco cardiovascular, obtido em menos de 30% dos pacientes.9,10 Assim, foi necessário introduzir novas terapias associadas às estatinas de alta potência, como a ezetimiba e os inibidores da PCSK9, para se poder atingir as metas terapêuticas mais baixas conforme estabelecidas nas diretrizes.9,10 Dessa forma, os inibidores da PCSK9 mudaram o ponto de vista como tratamos as dislipidemias. O evolocumabe e o alirocumabe reduzem o LDL-c em média de 50% a 55%.11

Sem dúvida, a população que mais pode se beneficiar do uso dos inibidores da PCSK9 são os portadores de hipercolesterolemia familiar, pois menos de 20% atingem LDL-c menor que 100 mg/dL, e menos de 7% menor de 70 mg/dL com estatina associada a ezetimiba.12 Estudos como o Fourier13 e o Odyssey14 com o evolocumabe e o alirocumabe, respectivamente, tiveram uma redução relativa nos eventos cardiovasculares em 15%. Foi apresentado um dado interessante do estudo Fourier, que algumas populações se beneficiariam mais da associação de inibidores da PCSK9 na prevenção secundária da doença aterosclerótica com a mesma redução do LDL-c, melhorando o custo-eficácia dessas terapias. São elas os diabéticos, pacientes com infarto do miocárdio no último ano, pacientes multiarteriais, pacientes com doença arterial periférica e uma lipoproteína (a) elevada.15 Na conclusão, foi apresentado que os inibidores da PCSK9 são altamente eficazes e seguros e reduzem o risco cardiovascular.

Novas terapias hipolipemiantes

Foram apresentados dados quanto a segurança e eventos adversos com as estatinas em altas doses. Metanálise dos estudos com estatinas demonstrou que eventos adversos sérios com as estatinas não diferiram significativamente daqueles indivíduos que receberam placebo.16 No entanto, foi discutido o efeito nocebo das estatinas, exemplificado no estudo ASCOT, que teve a fase randomizada, na qual os indivíduos não sabiam se estavam sob tratamento com placebo ou estatina, comparada com a fase não randomizada, fase em que os participantes tinham conhecimento se estavam no grupo da estatina ou não.17

Houve uma mudança significativa no relato de sintomas musculares nos indivíduos que passaram a saber que estavam sob terapia da estatina. Nesse sentido, é fundamental o combate a notícias falsas e altamente prejudiciais à prevenção cardiovascular.17 A exposição excessiva de eventos adversos na mídia acaba impactando diretamente na aderência ao tratamento do paciente e, a longo prazo, no aumento do infarto do miocárdio e óbito cardiovascular. Foram também apresentadas condições, que devem ser identificadas, que aumentam a susceptibilidade a eventos adversos com estatina, entre elas: pacientes com antecedentes de miopatia, hepatopatias, hipotiroidismo não compensado, doença renal crônica e idosos frágeis.18 Foram discutidas as características dos sintomas musculares relacionados às estatinas, evento adverso mais comumente relatado e responsável por até 75% da descontinuidade do tratamento, como também condições clínicas que predispõem à miopatia.9

Quanto ao diabetes secundário ao uso das estatinas, uma metanálise que envolveu mais de 90 mil indivíduos mostrou que a estatina aumentou a incidência de diabetes em 9%, representando um caso adicional de diabetes a cada 1.000 pacientes tratados por ano. Mas essa mesma metanálise mostrou redução de cinco eventos cardiovasculares para cada caso de diabetes ocorrido. Em termos absolutos, foi demonstrado que havia uma prevenção de 3,5 eventos cardiovasculares a cada aumento de diabetes.19 Além disso, foi apresentado que o risco de diabetes com as estatinas aumentava claramente com o número de componentes da síndrome metabólica, ou seja, o risco aumentou claramente nos indivíduos que apresentavam maior risco de desenvolver a doença.19 Quanto aos eventos neurológicos, representados por alteração cognitiva ou AVC hemorrágico, o estudo IMPROVE-IT20 e o Fourier11 descartaram, mesmo em níveis muito baixos de LDL-C, associação de eventos neurológicos com uso de terapias hipolipemiantes.

Impacto global das doenças cardiovasculares: o papel do LDL-c

Na palestra seguinte, foi discutido de forma mais abrangente o papel da LDL na doença cardiovascular. A apresentação se iniciou dizendo que o LDL não é um fator de risco para doença cardiovascular, mas a causa. Demonstrou-se que os critérios de causalidade são reforçados por evidências genéticas, patológicas, epidemiológicas e estudos de intervenção.21 Quanto à evidência da epidemiologia, foi comprovado que havia uma relação inversa entre níveis de HDL-c e direta entre não HDL-c, que inclui LDL-c e evento cardiovascular.22 Foi mostrada também a importância do LDL na gênese da aterosclerose e formação da célula espumosa e pela incorporação de células musculares lisas, macrófagos e linfócitos desenvolvem a placa aterosclerótica e, com a evolução, ocorre a rotura da placa aterosclerótica.23 Os estudos clínicos de prevenção primária e secundária também demonstraram de forma muito clara haver associação entre LDL-c e eventos cardiovasculares e a possibilidade de reduzir os eventos com as estatinas ou estatinas associadas a ezetimiba e/ou a inibidores da PCSK9. Demonstraram também que quanto mais baixo o LDL-c atingido maior seria a redução de eventos.

Além disso, foi apresentado um conceito importante de que o benefício em termos relativos está relacionado à redução absoluta do LDL-c. Uma redução de 39 mg/dL significou uma redução de 22% nos eventos cardiovasculares.24 Foi discutido que não importa como se reduz o colesterol, mas o tamanho da redução. Quanto aos níveis de colesterol atingidos, os dados mostraram que não existe um nível abaixo do qual podemos atingir que cause algum dano para o paciente, o benefício é contínuo, mesmo com níveis de LDL-c de 10 mg/dL25. A genética confirma esses dados, até de forma exagerada. Pacientes com LDL geneticamente baixo experimentam diminuição de eventos, independente do polimorfismo que apresentem e, quanto mais baixo o LDL, menores são os eventos cardiovasculares.5

Na próxima palestra, foram demonstradas fortes evidências da importância da redução do LDL-c na redução de eventos cardiovasculares. Níveis mais baixos e reduções maiores impactaram significativamente na redução de eventos. Conforme descrito no estudo IMPROVE-IT, níveis inferiores a 30 mg/dL reduziram mais significativamente os eventos cardiovasculares sem aumentar os eventos adversos.26 Mesmo taxas mais baixas de LDL-c, como obtidas nos estudos com inibidores da PCSK9, foram seguras e mais efetivas na redução de eventos.25 Foi dada ênfase também na regressão do volume da placa aterosclerótica com reduções mais agressivas no LDL-c,27 reforçando a importância não somente de quanto reduzir o colesterol, mas por quanto tempo.28 Todos esses dados apresentados deram suporte às diretrizes com metas mais agressivas na redução do colesterol para prevenção da doença cardiovascular.9,10

Prevenção da doença cardiovascular: o papel dos fármacos

Nas próximas apresentações, foram comentadas ações de outros fármacos no perfil lipídico e na prevenção da doença cardiovascular. O ácido bempedóico é uma pró-droga convertida em sua forma ativa para bempedoil-CoA, que inibe a enzima chamada ATP-citrato liase na via de síntese do colesterol, diminuindo a síntese de colesterol e aumentando compensatoriamente a expressão de receptores de LDL, com consequente redução do LDL na circulação. Não é metabolizado pelo citocromo P450, sofrendo glucorinidação, e é eliminado pelo rim. Importante dizer que essa enzima que converte o ácido bempedóico em sua forma ativa não é expressa nos músculos, diferentemente das estatinas, melhorando com isso a tolerância muscular.

Outro fato a ser destacado é que o ácido bempedóico, além de reduzir as taxas de LDL-c entre 16,5 e 23,5%, atua no transportador OAT2 do rim e compete com o ácido úrico e a creatinina, podendo levar a uma discreta elevação desses.29 Em seguida, foram relatados os efeitos do pemafibrato. É um SPPARMα (modulador seletivo de PPARα), receptor nuclear que se une a um ligante endógeno, como o ácido graxo, ou exógeno, como um fibrato, agindo diretamente no DNA, alterando a transcrição gênica.30 Assim, o pemafibrato, cuja estrutura tem algo semelhante ao fenofibrato, pelo seu formato em Y, torna-o mais seletivo e mais específico ao PPARα.30 Há estudos em mais de 1.200 pacientes comparando o pemafibrato com placebo em pacientes com hipertrigliceridemia.31 O pemafibrato reduziu os triglicérides em até 50% em pacientes com ou sem estatina; houve também redução de colesterol remanescente, apo CIII, apo B48 e aumento de aproximadamente 20% no HDL-c. A dose de pemafibrato utilizada foi de 0,2 a 0,4 mg/dia, ou seja, doses baixas em relação aos fibratos, confirmando sua grande potência. O LDL-c pode aumentar em até 13%, mas percebe-se que eles aumentam as partículas de LDL grandes e médias. Já as partículas pequenas e densas, mais aterogênicas, até diminuem, com redução discreta de 8% na apo B e do colesterol não HDL discreta (atividade antiaterogênica).31 Em conclusão, o ácido bempedóico e o pemafibrato são os primeiros representantes da classe, opções atraentes de redução lipídica, são usados via oral, seguros, mas ainda aguardam estudos de desfechos de eventos cardiovasculares.

Na outra apresentação, foram discutidas as ações dos ácidos graxos omega-3. O estudo REDUCE—IT 32 mostrou resultados positivos com redução de 25% nos desfechos primários com o ácido eicosapentanóico (EPA) em pacientes já em uso de estatina em doses máximas toleradas comparado ao grupo placebo. Em contrapartida, o estudo STRENGHT33, uma associação de alta dose de EPA em combinação com DHA (ácido docosaexanóico), mostrou resultados neutros nos eventos cardiovasculares. Todavia, os resultados contraditórios podem ser atribuídos aos diferentes tipos de ácido graxos omega-3 (EPA ou EPA+DHA), as doses utilizadas, aos placebos (óleo de milho ou mineral), bem como o perfil de alto risco ou ao uso de estatina.

Finalmente, foram apresentados dados sobre o inclisiran, RNA pequeno de interferência anti PCSK9, que inibe a produção da PCSK9 no hepatócito,34 e um siRNAs de longa ação, composto de 20 a 30 oligonucleotídeos, que tem como alvo a produção hepática de PCSK9. Este liga-se ao mRNA da PCSK9, silenciando sua tradução.34 O estudo ORION nas fases I e II identificaram o potencial de uso dessa medicação com frequência de duas vezes ao ano, 300 mg/dose, por via subcutânea.35 A análise combinada do resultado de estudos de fase 3, em número de aproximadamente 3.600 participantes na dose de 300 mg SC, demonstrou uma redução média no LDL-c ao redor de 50%, como também em outros parâmetros lipídicos como colesterol total, não HDL, apo B e nas concentrações de PCSK936. Quanto ao perfil de segurança, foi feita a análise de 3.655 pacientes com aproximadamente 2.653 pacientes/ano de exposição ao inclisiran. Seu perfil de segurança foi similar ao placebo, com excesso discreto de reações no local de injeção e bronquite, sem diferenças nos parâmetros hepáticos, musculares ou hematológicos.36

    Referências

    1. Blood cholesterol and vascular mortality by age, sex, and blood pressure: a meta-analysis of individual data from 61 prospective studies with 55,000 vascular deaths.
      Lancet. 2007 Dec 1;370(9602):1829-39.

    2. Boren J, Chapman MJ, Krauss RM, et al.
      Low-density lipoproteins cause atherosclerotic cardiovascular disease: pathophysiological, genetic, and therapeutic insights: a consensus statement from the European Atherosclerosis Society
      Consensus Panel. European Heart Journal, Volume 41, Issue 24, 21 June 2020, Pages 2313–2330.

    3. Nissen SE, Nicholls SJ, Sipahi I, et al.
      Effect of Very High-Intensity Statin Therapy on Regression of Coronary AtherosclerosisThe ASTEROID Trial.
      JAMA. 2006;295(13):1556-1565.

    4. Nicholls SJ, Puri R, Anderson T, et al.
      Effect of Evolocumab on Progression of Coronary Disease in Statin-Treated PatientsThe GLAGOV Randomized Clinical Trial.
      JAMA. 2016;316(22):2373-2384.

    5. Ference BA, Yoo W, Alesh I, et al.
      Effect of long-term exposure to lower low-density lipoprotein cholesterol beginning early in life on the risk of coronary heart disease: a Mendelian randomization analysis.
      J Am Coll Cardiol. 2012 Dec 25;60(25):2631-9.

    6. The effects of lowering LDL cholesterol with statin therapy in people at low risk of vascular disease: meta-analysis of individual data from 27 randomised trials Cholesterol Treatment Trialists’ (CTT) Collaborators.
      Lancet 2012; 380: 581–90.

    7. Cannon CP, Braunwald E, McCabe CH, et al.
      Intensive versus Moderate Lipid Lowering with Statins after Acute Coronary Syndromes.
      N Engl J Med 2004; 350:1495-1504.

    8. Wang N , Fulcher J, Abeysuriya N, et al.
      Intensive LDL cholesterol-lowering treatment beyond current recommendations for the prevention of major vascular events: a systematic review and meta-analysis of randomised trials including 327 037 participants.
      Lancet Diabetes Endocrinol. 2020 Jan;8(1):36-49.

    9. Faludi AA, Izar MCO, Saraiva JFK, Chacra APM, Bianco HT, Afiune Neto A et al.
      Atualizacao da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevencao da Aterosclerose – 2017.
      Arq Bras Cardiol 2017; 109(2Supl.1):1-76.

    10. Mach F, Baigent C, Catapano AL, et al.
      2019 ESC/EAS Guidelines for the management of dyslipidaemias: lipid modification to reduce cardiovascular risk: The Task Force for the management of dyslipidaemias of the European Society of Cardiology (ESC) and European Atherosclerosis Society (EAS).
      European Heart Journal, Volume 41, Issue 1, 1 January 2020, Pages 111–188.

    11. Koren MJ, Sabatine MS, Giugliano RP, et al.
      Long-Term Efficacy and Safety of Evolocumab in Patients With Hypercholesterolemia.
      J Am Coll Cardiol. 2019 Oct 29;74(17):2132-2146.

    12. Santos RD, Stein EA, G Hovingh gk, et al.
      Long-Term Evolocumab in Patients With Familial Hypercholesterolemia.
      J Am Coll Cardiol. 2020 Feb 18;75(6):565-574.

    13. Sabatine MS, Giugliano RP, Keech AC, et al.
      Evolocumab and Clinical Outcomes in Patients with Cardiovascular Disease.
      N Engl J Med 2017; 376:1713-1722.

    14. Schwartz GG, Steg PG, Szarek M, et al.
      Alirocumab and Cardiovascular Outcomes after Acute Coronary Syndrome.
      N Engl J Med 2018; 379:2097-2107.

    15. Sabatine MS, Leiter LA, Wiviott SD, et al.
      Cardiovascular safety and efficacy of the PCSK9 inhibitor evolocumab in patients with and without diabetes and the effect of evolocumab on glycaemia and risk of new-onset diabetes: a prespecified analysis of the FOURIER randomised controlled trial.
      Lancet Diabetes Endocrinol. 2017 Dec;5(12):941-950.

    16. Finegold JA, Manisty CH, Goldacre B.
      What proportion of symptomatic side effects in patients taking statins are genuinely caused by the drug? Systematic review of randomized placebo-controlled trials to aid individual patient choice.
      Eur H Prev Cardiol 2014;21:464-474.

    17. Gupta A, Thompson D, Whitehouse A,et al.
      Adverse events associated with unblinded, but not with blinded, statin therapy in the Anglo-Scandinavian Cardiac Outcomes Trial—Lipid-Lowering Arm (ASCOT-LLA): a randomised double-blind placebo-controlled trial and its non-randomised non-blind extension phase.
      Lancet 2017;389:2473-81.

    18. Mach1 M, Ray KK , Wiklund O, et al.
      Adverse effects of statin therapy: perception vs. the evidence – focus on glucose homeostasis, cognitive, renal and hepatic function, haemorrhagic stroke and cataract.
      Eur Heart J. 2018 Jul 14;39(27):2526-2539.

    19. Sattar N, Preiss D, Murray HM, et al.
      Statins and risk of incident diabetes: a collaborative meta-analysis of randomised statin trials.
      Lancet 2010; 375: 735–42.

    20. Cannon CP, Blazing MA, Giugliano RP,et al.
      Ezetimibe Added to Statin Therapy after Acute Coronary Syndromes.
      N Engl J Med 2015; 372:2387-2397.

    21. Ference BA, Ginsberg HN, Graham I, et al.
      Low-density lipoproteins cause atherosclerotic cardiovascular disease. 1. Evidence from genetic, epidemiologic, and clinical studies. A consensus statement from the European Atherosclerosis Society Consensus Panel.
      Eur Heart J 2017;38:2459-72.

    22. The Emerging Risk Factors Collaboration*.
      Major Lipids, Apolipoproteins, and Risk of Vascular Disease.
      JAMA, November 11, 2009;302:1993-2000.

    23. Libby P.
      Inflammation in Atherosclerosis.
      Arterioscler Thromb Vasc Biol 2012;32:2045-2051.

    24. Boekholdt SM, Hovingh GK, Mora S,et al.
      Very low levels of atherogenic lipoproteins and risk of cardiovascular events; a meta-analysis of statin trials.
      J Am Coll Cardiol. 2014 August 5; 64(5): 485–494.

    25. Giugliano RP, Pedersen TR, Park JG, et al.
      Clinical efficacy and safety of achieving very low LDL-cholesterol concentrations with the PCSK9 inhibitor evolocumab: a prespecified secondary analysis of the FOURIER trial.
      Lancet. 2017 Oct 28;390(10106):1962-1971.

    26. Giugliano RP, Wiviott SD, MD; Blazing MA, et al.
      Long-term Safety and Efficacy of Achieving Very Low Levels of Low-Density Lipoprotein Cholesterol. A Prespecified Analysis of the IMPROVE-IT Trial.
      JAMA Cardiol. 2017;2(5):547-555.

    27. Gragnano F, Calabro P.
      Role of dual lipid-lowering therapy in coronary atherosclerosis regression: Evidence from recent studies.
      Atherosclerosis 2018 feb;269:219-228.

    28. Ference BA, Ginsberg HN, Graham I, et al.
      Evidence from genetic, epidemiologic, and clinical studies. A consensus statement from the European Atherosclerosis
      Society Consensus Panel. Eur Heart J. 2017 Aug 21;38(32):2459-2472.

    29. Ballantyne CM, Bays H, Catapano AL, et al.
      Role of Bempedoic Acid in Clinical Practice.
      Cardiovasc Drugs Ther. 2021 Apr 5.

    30. Fruchart JC, Santos RD, Aguilar-Salinas C, et al.
      The selective peroxisome proliferator-activated receptor alpha modulator (SPPARMα) paradigm: conceptual framework and therapeutic potential: A consensus statement from the International Atherosclerosis Society (IAS) and the Residual Risk Reduction Initiative (R3i) Foundation.
      Cardiovasc Diabetol. 2019 Jun 4;18(1):71.

    31. Fruchart JC, Hermans MP, Fruchart-Najib J, et al.
      Selective Peroxisome Proliferator-Activated Receptor Alpha Modulators (SPPARMα) in the Metabolic Syndrome: Is Pemafibrate Light at the End of the Tunnel?
      Curr Atheroscler Rep. 2021 Jan 3;23(1):3.

    32. Bhatt DL, Steg PG, Miller M, et al.
      Cardiovascular Risk Reduction with Icosapent Ethyl for Hypertriglyceridemia.
      N Engl J Med 2019; 380:11-22.

    33. Nicholls SJ, Lincoff AM, Garcia M, et al.
      Effect of High-Dose Omega-3 Fatty Acids vs Corn Oil on Major Adverse Cardiovascular Events in Patients at High Cardiovascular Risk The STRENGTH Randomized Clinical Trial.
      JAMA. 2020;324(22):2268-2280.

    34. Fitzgerald K, White S, Borodovsky A,et al.
      A Highly Durable RNAi Therapeutic Inhibitor of PCSK9.
      N Engl J Med 2017; 376:41-51.

    35. Ray kk, Landmesser U, Leiter LA,et al.
      Inclisiran in Patients at High Cardiovascular Risk with Elevated LDL Cholesterol.
      N Engl J Med 2017; 376:1430-1440.

    36. Wright RS, Ray KK, Raal FJ, et al.
      Pooled Patient-Level Analysis of Inclisiran Trials in Patients With Familial Hypercholesterolemia or Atherosclerosis.
      J Am Coll Cardiol. 2021 Mar 9;77(9):1182-1193.

Compartilhar