ARTIGO

Calendário vacinal infantil: o maior presente para o seu filho é a proteção

Publicado

Jan/2022

8 min

Bebê dormindo com um calendário ao lado

O Plano Nacional de Imunização (PNI) está prestes a completar 50 anos no Brasil e, com ele, vem um longo histórico de sucesso no combate às doenças infantis.  O PNI foi pensado para coordenar todas as ações de imunização que eram feitas de forma descontinuada e menos abrangente e, hoje, é referência mundial.1

O plano nasceu após o sucesso das campanhas de vacinação contra a varíola ainda nos anos 1960 e, de lá para cá, o calendário de vacinação foi se aprimorando. E não apenas para as crianças.1

As vacinas são seguras e estimulam o sistema imunológico a proteger a pessoa contra doenças transmissíveis. Quando adotada como estratégia de saúde pública, elas são consideradas um dos melhores investimentos em saúde, considerando o custo-benefício.2

O Programa Nacional de Imunizações do Brasil é um dos maiores do mundo, ofertando ao menos 45 imunobiológicos diferentes para toda a população. Há vacinas destinadas a todas as faixas-etárias e campanhas anuais para atualização da caderneta de vacinação.2

Calendário de vacinação da criança

Uma das primeiras vacinas do recém-nascido é a contra a hepatite B, geralmente aplicada até 12 horas após parto. Em seguida, vem a vacina BCG, para tuberculose, administrada até 1 mês de vida, mas a indicação é que seja aplicada o mais cedo possível, assim que o bebê atinge 2 quilos.3

Vacina aos 2 meses:  o bebê recebe, nessa etapa, a segunda a dose da vacina contra hepatite B e a tríplice bacteriana (contra difteria, coqueluche e tétano), contra Haemophilus influenzae tipo B e poliomielite (VIP). Dependendo do tipo de vacina, as imunizações podem ser aplicadas na mesma vacina. É o caso da vacina pentavalente.2

Nessas vacinas dos 2 meses do bebê, os pais devem ficar atentos para a segunda dose no quarto mês e para a terceira dose, no sexto mês de vida.4

Continuando a vacinação infantil, ainda no segundo mês, é aplicada a vacina contra o rotavírus e pneumocócicas conjugadas. Dependendo da vacina utilizada, são necessárias duas ou três doses.4

No mês três, o calendário de vacinação infantil prevê as vacinas contra meningocócicas conjugadas e meningocócica B, com a segunda dose no quinto mês.4

vacina da influenza é administrada anualmente, de forma sazonal, a partir do 6º mês de vida. Assim como a vacina oral contra a poliomielite, ofertada nas datas nacionais de vacinação, a partir dos 12 meses.4

Com 9 meses, o bebê toma a vacina contra a febre amarela, que tem a segunda dose aos quatro anos.4

Completando 12 meses de vida, se toma a vacina contra hepatite A (2ª dose aos 18 meses), tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), com segunda dose do 15º ao 24º mês e varicela (catapora), com segunda dose também do 15º ao 24º mês.4

Aos 9 anos, há ainda as duas doses da vacina contra o HPV.4

A partir dos 10 anos, o calendário vacinal é o do adolescente. Nele, entram as vacinas de reforço e as para quem não tomou alguma das imunizações, como vacinas contra varicela, influenza, febre amarela e até dengue. É importante sempre acompanhar as atualizações dos calendários vacinais, tanto para crianças como adolescentes, adultos e idosos.5

Essas são as primeiras vacinas para bebês não prematuros. Caso queira saber mais sobre a imunização em prematuros, confira um material especial que preparamos sobre o assunto

Há ainda vacinas especiais, para condições clínicas específicas, aplicadas nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIEs). 

Você conhece o CRIE?

O Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) é constituído de infraestrutura e logística específicas, destinado ao atendimento de indivíduos portadores de quadros clínicos especiais, ou seja, que possuem contraindicação à utilização dos imunobiológicos disponíveis na rede pública, indivíduos imunocompetentes e imunodeprimidos, aqueles que apresentam outras condições de risco e outros grupos especiais.6

Os CRIEs atendem de forma personalizada o público que necessita de produtos especiais, de alta tecnologia e alto custo, adquiridos pelo PNI. Porém, para fazer uso desses imunobiológicos, é necessário apresentar a prescrição com indicação médica (com CID10) e relatório clínico do seu caso (em receituário ou outro documento, cópia de resultado de exame que comprove o laudo, se for o caso).7

Nos municípios onde não há CRIE, basta procurar a Secretaria Municipal de Saúde – Programa Municipal.7

A importância da vacinação infantil

"Durante a pandemia, muitas famílias deixaram de levar seus filhos e suas filhas para a vacinação de rotina. Nessa etapa da vida, meninas e meninos recebem imunização contra, pelo menos, 17 doenças. Apenas em 2020, mais de 8 mil casos de sarampo foram registrados no Brasil. Com as baixas coberturas, o sarampo voltou. E, se o sarampo voltou, outras doenças podem voltar. Vacine suas crianças durante a pandemia!", alerta Cristina Albuquerque, médica e chefe de Saúde e Desenvolvimento Infantil do UNICEF no Brasil.8

A volta do sarampo vem com a queda da cobertura vacinal do tríplice viral que previne a doença. Passando de 96% em 2015 para cerca de 86% em 2017.8

Essa é uma daquelas vacinas que fazem parte do calendário infantil, mas que está um pouco mais afastada das primeiras vacinas do bebê recém-nascido. É preciso muita atenção dos pais, pois nessa idade outras vacinas importantes precisam ser aplicadas, como a contra varicela (catapora) e hepatite A.4

Caso o calendário de vacinação esteja atrasado, a recomendação é procurar imediatamente o serviço de saúde para atualizar o calendário vacinal da criança e evitar, assim, a possibilidade de novos surtos.

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    Referências

    1. Instituto Nacional de Saúde da Mulher e do Adolescente.Fiocruz.
      Calendário Vacinal: O que devo saber?
      Disponível em: http://www.iff.fiocruz.br/index.php/8-noticias/309-. Acesso em: 2021, Setembro.

    2. Ministério da Saúde.
      Calendário Nacional de Vacinação.
      Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/calendario-de-vacinacao. Acesso em: 2021, Setembro.

    3. Quais são as vacinas que o bebê deve receber ao nascer.
      Disponível em: https://portal.fiocruz.br/pergunta/quais-sao-vacinas-que-o-bebe-deve-receber-ao-nascer. Acesso em 2021, Setembro.

    4. Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
      Calendário de vacinação da Criança de 0-10 anos, 2021/2022.
      Disponível em: https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-sbim-crianca.pdf. Acesso em: 2021, Setembro.

    5. Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
      Calendário de Vacinação Adolescente 10-19 anos, 2021/2022.
      Disponível em: https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-sbim-adolescente.pdf. Acesso em: 2021, Setembro.

    6. Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, Governo Federal.
      Disponível em: https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-sudeste/hu-ufjf/saude/vigilancia-em-saude-e-seguranca-do-paciente/crie-centro-de-referencia-de-imunobiologicos-especiais. Acesso em: 2021, Setembro.

    7. Secretaria de Saúde do Espírito Santo.
      Crie - Centro de Referência para Imunológicos Especiais.
      Disponível em: https://saude.es.gov.br/Media/sesa/PEI/CRIE_.pdf. Acesso em: 2021, Setembro.

    8. Fundo das Nações Unidas para a Infância.
      Unicef reúne celebridades para alertar sobre importância da vacinação.
      Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/unicef-reune-celebridades-para-alertar-sobre-importancia-da-vacinacao. Acesso em: 2021; Setembro.