A febre tifoide é uma doença bacteriana aguda e é recorrente em áreas com condições precárias de saneamento básico, higiene pessoal e ambiental.1
Apesar de ter sido eliminada em alguns países que superaram os problemas de saneamento, a febre tifoide ainda é encontrada em algumas regiões do Brasil, principalmente no norte e nordeste.1
Abaixo, você pode conferir todas as informações sobre a febre tifoide e saber como o diagnóstico e tratamento devem ser realizados.
A febre tifoide é uma doença causada pela bactéria Salmonella enterica do sorotipo Typhi.1
Existem duas formas de transmissão da febre tifoide, são elas:1
Direta: quando há contato com as mãos do doente ou portador da bactéria;
Indireta: quando há ingestão de água ou alimentos contaminados com fezes ou urina.
Normalmente, a contaminação de alimentos se dá por meio do manuseio feito por portadores da doença ou pacientes que não demonstram manifestações clínicas. A falta de manifestação dos sintomas contribui para que a pessoa doente continue com suas atividades normais, inclusive o preparo de alimentos, o que acarreta na transmissão para outros indivíduos.1
Alguns alimentos podem ser contaminados pela bactéria, como, por exemplo:1
• Legumes, frutas e vegetais que são irrigados com água contaminada;
• Frutos do mar (crustáceos e moluscos) retirados de água poluída e consumidos mal cozidos ou crus;
• Leite e derivados não pasteurizados;
• Produtos congelados e enlatados.
Após ser infectada, a pessoa passa a eliminar a bactéria da febre tifoide nas fezes e na urina, mesmo quando não apresenta sintomas clínicos da doença.1
Esse período pode variar de uma a três semanas, chegando até três meses. Em casos mais raros, as pessoas infectadas tornam-se portadoras crônicas e podem transmitir a febre tifoide por até um ano.1
Pessoas que vivem em áreas com condições ruins de saneamento básico (distribuição de água potável, coleta e tratamento de esgoto, drenagem urbana e coleta de resíduos), higiene pessoal e ambiental estão mais suscetíveis a contrair a bactéria causadora da febre tifoide.1
Veja os principais sintomas da febre tifoide.1
• Febre alta;
• Dores de cabeça;
• Mal-estar geral;
• Falta de apetite;
• Retardamento do ritmo cardíaco;
• Aumento do volume do baço;
• Manchas rosadas no tronco;
• Prisão de ventre ou diarreia;
• Tosse seca.
Além desses sintomas, a febre tifoide pode gerar algumas complicações. A mais comum delas é a hemorragia intestinal, que pode levar à perfuração do intestino.1
Ao evoluir, a febre tifoide pode afetar outros órgãos e sintomas como retenção urinária, pneumonia e colecistite (inflamação da vesícula biliar) também podem ser observados.1
Nas crianças, os efeitos da doença costumam ser menos severos do que nos adultos. Normalmente, também é possível observar a incidência de diarreia.1
A febre tifoide é uma doença aguda. No entanto, sua evolução é gradual e a pessoa infectada é medicada com antimicrobianos, pois é comum que a causa da febre não seja identificada. Nesse caso, o quadro clínico fica mascarado e deixa de ser possível descobrir a doença de maneira precoce.1
As principais medidas de prevenção da febre tifoide são o investimento em saneamento básico, o preparo adequado dos alimentos e a higiene pessoal.1
A vacina da febre tifoide também é um método de prevenção. É comum a recomendação da vacinação para a febre tifoide em pessoas que trabalham em contato com esgoto ou que vivem em áreas de presença da doença.1
A Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda a vacina da febre tifoide para pessoas que farão viagens internacionais para países onde há recorrência de casos da doença.1
O diagnóstico da febre tifoide é realizado com base na avaliação clínica do paciente, histórico de onde esteve e o que consumiu. Os hábitos de higiene e a região onde vive também são analisados.1
A febre tifoide apresenta sintomas que podem ser confundidos com os de outras doenças, como tuberculose, meningite, doença de chagas, malária, esquistossomose e toxoplasmose, por exemplo.1
Para que o diagnóstico seja mais assertivo, o médico pode solicitar exames de sangue, fezes e urina e também punção medular para identificar a doença.1
O tratamento contra a febre tifoide deve ser iniciado logo após seu diagnóstico.1
Normalmente, o paciente é tratado em nível ambulatorial, com uso de antibióticos específicos e reidratação. Em alguns casos, dependendo da gravidade do quadro de saúde, o paciente pode ser internado.1
O tratamento dura cerca de 14 dias, mas esse período pode ser maior ou menor de acordo com a evolução do quadro do paciente. Devido ao uso de antibióticos fortes, o paciente pode apresentar sintomas de intolerância gastrointestinal.1
Pessoas que apresentam litíase biliar (pedras na vesícula biliar) ou anomalias biliares (alterações incomuns na vesícula biliar) e não respondem ao tratamento com antibióticos, normalmente têm sua vesícula biliar retirada.1
O repouso e a reposição de líquidos são essenciais para a recuperação da febre tifoide. Nesse momento, a pessoa infectada pela doença deve manter suas mãos limpas e evitar preparar ou tocar em alimentos que serão servidos para outras pessoas. Dessa maneira, a transmissão da bactéria é evitada.1
Caso você tenha dúvidas ou note sintomas similares ao da doença, busque ajuda médica em uma unidade de saúde mais próxima de você.
1. Ministério da Saúde. Febre tifóide: causas, tratamento, diagnóstico e prevenção. Disponível em https://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/febre-tifoide (acessado em 3 de fevereiro de 2021).
Indicada na prevenção da febre tifóide em adultos e crianças a partir de 2 anos completos de idade. A vacina é indicada especialmente para pessoas que viajam para áreas endêmicas, migrantes, pessoas da área de saúde e militares.
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