ARTIGO

Novembro Roxo: o mês da prematuridade

Publicado

Dez/2021

12 min

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A chegada de Otto, um bebê prematuro

Ângela Lenzi Schrauth, de Jaraguá do Sul (SC), viveu na gravidez do segundo filho uma experiência que jamais havia imaginado após ter uma primeira gravidez tranquila.

Otto foi gerado já na pandemia e, apesar das dificuldades do isolamento, tudo ocorria normalmente na vida da família até o quarto mês de gestação. “Nessa segunda gestação, quando estava com 4 meses, eu comecei a sentir um pouco de contração e o médico não sinalizou o que poderia ser. Uma semana antes do nascimento do Otto, eu comecei a ter mais contrações e o médico percebeu que ele poderia nascer antes da hora”, disse.

	Sem histórico de prematuridade, Ângela não imaginava o que estaria por vir na gestação do seu segundo filho

Ângela foi medicada na expectativa de que pudesse dar à luz quando o bebê atingisse, ao menos, 8 meses (34 semanas). No entanto, seu segundo filho não conseguiu esperar e nasceu prematuro de 7 meses, com 29 semanas e 4 dias.

“No dia que ele nasceu, comecei a sentir dores na madrugada e contrações. Por volta das 5:00, tive um sangramento e corri para o hospital. Chegando lá, fui encaminhada imediatamente para a sala de parto e fizemos uma cesárea de emergência, pois tive descolamento de placenta, o que é perigoso para mãe e bebê”.

Logo após o nascimento, o pequeno Otto teve que ser reanimado pela equipe médica e, em seguida, foi encaminhado para a intubação. “Eu não o escutei chorar e foi um momento muito difícil para mim. Ele foi levado para a UTI neonatal enquanto os médicos trabalhavam também para salvar minha vida. Apenas no fim do dia consegui ver meu filho pela primeira vez, já na incubadora”.

Otto ficou intubado 6 dias e passou 25 dias na UTI neonatal. Mas, quando tudo parecia correr para um final feliz, Ângela e o marido foram diagnosticados com Covid-19.

“Quando nos preparávamos para conviver com nosso filho, tivemos que ficar 14 dias isolados sem ver nosso bebê. Meu marido teve que ser internado porque teve 30% do pulmão comprometido, mas recebeu alta pouco tempo depois e nos recuperamos completamente”, relembra.

Durante a quarentena do casal, Otto deixou a UTI e foi para a unidade semi-intensiva. Quinze dias depois, ele foi para o quarto com a mãe e, em 6 dias, foi para casa, no dia 16 de março de 2021. Na mesma semana em que o mundo completava um ano de pandemia.

Otto e sua família em casa após longas semanas de apreensão

Mãe de bebê prematuro duas vezes

Nossa segunda mãe mora do outro lado do planeta e ainda vive a realidade de cuidar de um recém-nascido prematuro. Larissa Ueno é brasileira, mas mora no Japão há 13 anos, e foi lá que ela teve os dois filhos: Maya Ueno, de 6 anos, e Ian Ueno, de apenas dois meses.

A primeira gravidez de Larissa e Eiji Ueno foi descoberta durante uma viagem do casal à Tailândia na virada do ano de 2013 para 2014. De volta ao Japão, tudo foi como o esperado até a gravidez completar 6 meses. “Estava com a pressão em 18 por 11 mmHg, mas não havia passado mal. Então, fui internada com pré-eclâmpsia grave, que acabou se estabilizando na primeira semana”.

Com 28 semanas e 4 dias (7 meses) veio ao mundo Maya, com 940 gramas e 35 centímetros. “Ela teve que ser intubada e a internação durou 64 dias. A minha recuperação também foi muito difícil, já que tive anemia e precisei ficar 11 dias internada, enquanto no Japão o normal são sete dias para cirurgia cesárea”, explicou

Hoje, Maya já está na primeira série do colégio e não teve nenhuma sequela. “Ela fará acompanhamento médico até os 9 anos, seguindo a recomendação do neonatologista, mas está muito bem, com 24 quilos e 1,23 metro. Ela já fala japonês, português e estuda inglês”, disse, orgulhosa.

Maya na incubadora, logo após o nascimento, e em uma foto mais recente.

A decisão pelo segundo filho

Mas o susto fez com que Larissa e Eiji refletissem muito sobre um segundo filho, até porque o casal teve um aborto espontâneo quando Maya estava com 2 anos. “Esperamos passar mais um tempo e engravidamos quando eu estava com 34 anos, cientes de que teríamos que ficar atentos à pré-eclâmpsia”, relatou.

Quando estava grávida de 6 meses, Larissa viu a pressão subir e ficou em repouso. Pouco tempo depois, mais um pico de pressão alta a levou ao hospital e, na semana seguinte, veio o parto de Ian Ueno, um bebê prematuro de 7 meses. “Dessa vez minha recuperação foi em 7 dias e o meu filho, Ian, ficou internado na UTI neonatal, saindo pouco antes do Dia das Mães, o que foi um presente enorme para mim”, disse.

“Nos chamam de guerreiras, mas eu vejo que eles são os verdadeiros guerreiros. Eu estou fazendo apenas meu papel de mãe e, como mãe, quero fazer meu melhor sempre”, nos ensina, Larissa.

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    Referências

    1. Prematuridade.com.
      Novembro Roxo: o mês da prematuridade.
      Disponível em: https://prematuridade.com/index.php/interna-post/novembro-roxo-o-mes-da-prematuridade-8581. Acesso em: 2021, Outubro.

    2. http://www.iff.fiocruz.br/index.php/8-noticias/178-dia-mundial-prematuridade.

    3. Sociedade Brasileira de Pediatria.
      Calendário vacinal do bebê prematuro.
      Disponível em: https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/vacinas/calendario-vacinal-do-bebe-prematuro/. Acesso em: 2021, Outubro.

    4. Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, Governo Federal.
      Disponível em: https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-sudeste/hu-ufjf/saude/vigilancia-em-saude-e-seguranca-do-paciente/crie-centro-de-referencia-de-imunobiologicos-especiais. Acesso em: 2021, Outubro.