Hexa e Penta nos CRIE – indicações e prematuro

Quando falamos em doença meningocócica, logo lembramos e associamos com a meningite. De fato, ela é a principal manifestação clínica causada por essa bactéria, mas é importante saber que não é a única. 

Outro exemplo é a meningococcemia, que acontece quando a bactéria invade a corrente sanguínea causando uma infecção genenralizada.¹ O meningococo pode habitar nossa faringe (região da boca e garganta) sem causar nenhum sintoma, o que é conhecido como "Estado de Portador".¹

Há, por outro lado, casos em que a doença pode evoluir rapidamente para uma forma grave, causando danos neurológicos e até mesmo amputações de membros.²

O que causa a doença meningocócica e por que ela é mais comum entre jovens?

Uma pesquisa brasileira mostrou que 1 a cada 8 adolescentes carrega o meningococo na faringe.¹ Isso acontece porque, nessa idade, a interação com os colegas é muito maior, devido a aglomerações em festas e a troca de beijos, bebidas e alimentos.¹

Embora a pesquisa demonstre que eles são os maiores reservatórios do meningococo, eles também são os maiores transmissores, principalmente para crianças, mas também para adultos e idosos.³ 

Casos de meningite por faixa etária

Um ponto importante é que essa evolução para casos graves ocorre independentemente da saúde prévia do indivíduo. 

Um fator associado aos casos da doença é a dificuldade de se prever quando um caso ou surto vai acontecer e qual tipo de meningococo será responsável pelo possível surto. Os tipos da bactéria que são os principais causadores da doença no Brasil e no mundo, estão divididos em:

• Tipo A;
• Tipo B;
• Tipo C;
• Tipo W;
• Tipo Y.

Fazendo um paralelo com nosso país vizinho, Argentina, fica ainda mais nítido que não basta saber o que é meningite ou o que causa meningite, mas a importância de identificar e prever seus passos. 

No quadro abaixo, observamos a inconstância da doença num período de 20 anos:

É possível compararmos a meningite com a queda de um raio: ninguém sabe onde vai cair e os danos que irá causar. Em 20 anos (2000 a 2019) os raios causaram 2194 mortes no Brasil. Em comparação direta, em apenas 10 anos (2010 a 2020) a meningite foi causa de 3896 mortes em nosso país.⁶

Por contrassenso, ninguém deixa o filho brincar em descampado em dia de tempestades, mas muitos pais não se preocupam em proteger seus filhos contra a meningite.

Meningite: sintomas e importância da vacina

O início de um quadro de meningite não costuma ter sintomas muito específicos, de modo que os sintomas dessa doença podem ser febre, mal-estar e vômitos, mas a famosa “rigidez de nuca” nem sempre ocorre.¹ 

Por isso, a doença pode ser facilmente confundida com tantas outras no início dos sintomas, como gripe, COVID-19 ou dengue, por exemplo. 

Porém, a evolução é extremamente rápida, dificultando não só o diagnóstico como o tratamento.

É importante lembrar que os níveis de proteção de uma vacina feita na infância caem drasticamente na adolescência.⁷ Por isso, todas as sociedades médicas e também o programa Nacional de Imunizações priorizam a vacinação do adolescente contra meningite, mesmo quando vacinados na infância.^9,10

Também não podemos esperar um alerta de surto para vacinar nossos filhos. É de consenso médico que as vacinas precisam de um tempo para agir e conferir a desejada proteção. 

E seu filho? Está vacinado? Quando foi a última dose? De quais tipos de meningite ele está protegido?

Converse sempre com seu médico de confiança e ajude a proteger quem você conhece.