ARTIGO

Por que é tão importante vacinar os bebês prematuros?

Publicado

Jul/2023

8 min

hero recém nascido

Com a prematuridade cada vez mais crescente no mundo todo, fica evidente a importância dos cuidados que este grupo especial precisa, especialmente com a aplicação de todas as vacinas presentes no calendário de vacinação.

Dra. Melissa Palmieri
CRM - 100979-SP
Especialista em pediatria, atua como diretora regional do estado de São Paulo da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e como médica da vigilância epidemiológica da Secretaria de Saúde de São Paulo. 
Além disso, ela também é membro do Departamento de Imunizações da Sociedade de Pediatria de São Paulo. 

Sim, a prematuridade é uma realidade cada vez mais frequente no mundo. Ela é representada pelos seus 15 milhões de ​​bebês prematuros nascidos ao ano. Só no Brasil são 360 mil nascimentos, o que representa cerca de 12% do total no país a cada ano.1

Entre tantos cuidados que este grupo especial necessita para seu desenvolvimento saudável, as vacinas são parte importante deste processo. Afinal, além do sistema imunológico do prematuro não estar completamente formado, outras condições também interferem no sistema imune da criança.2

Essas situações colaboram para uma maior vulnerabilidade dos prematuros e o surgimento de doenças variadas, sendo algumas delas relacionadas a problemas respiratórios.3 Quanto mais prematura a criança for, menor sua capacidade de defesa contra algumas infecções.


Gripe, pneumonia, bronquiolite e coqueluche são exemplos de doenças que, em geral, são mais graves e frequentes entre os prematuros.4 Por isso, é fundamental a manutenção das vacinas em dia para as crianças. E sempre conforme a idade e condição clínica no período de maior vulnerabilidade. 

Por que a vacina de coqueluche é importante em um ​​bebê prematuro? 

Por isso, vamos falar da importância das vacinas combinadas com o componente da coqueluche. No Brasil temos 2 tipos de vacinas que se diferenciam por este componente. Primeiro, temos a vacina pentavalente disponível nos postos de saúde que contém o componente de células inteiras.5 E as vacinas pentavalentes e hexavalentes disponíveis nos CRIE (Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais) ou serviços de vacinação privados que possuem o componente acelular 4,6.  

Um estudo avaliou, por quase 5 anos, as reações adversas reportadas pelo Sistema Nacional de Farmacovigilância na vacinação em massa em crianças chilenas. O grupo avaliado eram as crianças abaixo de 2 anos. No Chile, utilizaram os 2 tipos de vacinas, células inteiras e acelulares, e o que se observou foi a diminuição dos eventos adversos a partir de 2018, ano de introdução da vacina de componente acelular. Inclusive a vacinação em prematuros7.  

Por esse motivo, recomenda-se que esse grupo receba, preferencialmente, vacinas de componente acelular contra a coqueluche. No SUS, estas vacinas combinadas de componente estão disponíveis nos CRIE para recém-nascido prematuro (menor de 1kg ou de 31 semanas).6,8

O que recomendam os especialistas? 

No calendário de vacinação do prematuro da Sociedade Brasileira de Imunizações a recomendação é clara.9

  Vacinar na idade cronológica, iniciando aos 2 meses de vida, conforme o calendário de vacinação da criança;​9

  Recém-nascidos prematuros, hospitalizados ou não, utilizar preferencialmente vacinas acelulares​;9

Por fim, o uso de vacinas acelulares contra a coqueluche é recomendado sempre que possível, especialmente por reduzir a possibilidade de eventos adversos. Mas, em caso de falta da vacina, a proteção não deve ser adiada em decorrência da maior gravidade da ocorrência da doença em crianças não vacinadas.9

Nos siga nas redes sociais:

  

Compartilhar