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Existem muitas dúvidas sobre saúde, vacinas e doenças, mas estamos aqui para te ajudar a compreender mais sobre o assunto. Conheça algumas afirmações comuns que são feitas diariamente e se elas são reais ou não. Vamos lá?
Gripe
A vacina contra a gripe é produzida a partir do vírus inativado, ou seja, morto e fracionado1. Por isso, não é capaz de causar a gripe em quem recebe a dose.
“As partículas virais presentes na vacina são suficientes apenas para estimular o sistema imunológico (ou de defesa) a produzir anticorpos protetores contra a doença.”
- Kelem Chagas, gerente médica da Sanofi Pasteur.
Ainda que seja uma condição leve e passageira na maioria das vezes, a gripe pode causar complicações importantes, como pneumonia ou insuficiência respiratória aguda, e até mesmo levar à morte2.
A vacina é a melhor e mais segura forma de se prevenir contra a gripe, e é recomendada para todas as pessoas a partir dos seis meses de idade. Os idosos fazem parte do grupo prioritário definido pelo governo por serem mais suscetíveis à doença, além de correrem risco maior de sofrer complicações após a infecção.
Nas prioridades também estão crianças de 6 meses a 6 anos de idade, gestantes, profissionais de saúde, entre outros3-5.
O vírus da gripe tem três tipos diferentes: A, B e C e todos sofrem mutações. Desta forma, as agências de saúde do mundo fazem vigilância para saber quais os tipos que estão circulando e atualizar as cepas de vírus que compõem a vacina anualmente.7
Além disso, a vacina confere proteção por um ano. Por isso, todos devem se vacinar, mesmo se já tiveram gripe ou se vacinaram anteriormente3.
Não só a melhor como a mais segura! Ainda há outras formas de prevenção como: lavar e higienizar as mãos com frequência, não compartilhar objetos de uso pessoal, evitar tocar as mucosas dos olhos, nariz e boca, ter uma boa alimentação e ingerir bastante líquido, manter o ambiente bem arejado e evitar contato com pessoas com sintomas da gripe4.
Gripe e resfriados são causados por vírus diferentes. A gripe é causada pela influenza, enquanto o resfriado pode ser causado por algumas espécies de vírus: Rinovírus (principal causa dos resfriados), Adenovírus, vírus sincicial respiratório, coronavírus, echovírus e paramixovírus, entre outros6.
O vírus influenza sofre mutações e a vacina é alterada anualmente conforme a identificação das cepas (tipos de vírus) que circularam no período. Além disso, a vacina confere proteção por um ano3.
A febre é um dos principais sintomas da gripe, assim como dor no corpo, dor de cabeça e tosse seca. Ainda é possível sentir calafrios, mal-estar, mialgia, dor de garganta, dor nas juntas, prostração e secreção nasal excessiva4.
É sempre importante buscar um médico para o diagnóstico correto e tratamento adequado.
As vacinas oferecidas na campanha de saúde pública são as trivalentes, que protegem contra três cepas diferentes do vírus influenza (duas do tipo A e uma do tipo B).
Já na saúde privada, existe a vacina quadrivalente, que oferece proteção ampliada à população por ser composta pelas três cepas da vacina trivalente, além de outra cepa adicional do tipo B5.
Agora, você já sabe um pouco mais sobre os mitos e verdades da gripe. Por isso, não deixe de se vacinar e incentivar todos ao seu redor a se vacinarem também.
Doença Meningocócica
A doença meningocócica pode afetar pessoas de todas as idades, principalmente crianças, adolescentes e adultos jovens. Os adolescentes e os adultos jovens são fontes de transmissão e estão sob risco aumentado de contrair a doença.9,10
Cerca de 10% dos adolescentes e adultos são portadores assintomáticos da bactéria na orofaringe (“garganta”) e podem transmitir a bactéria, mesmo sem adoecer. O estado de portador pode ser até 10 meses.11
As bactérias são transmitidas de pessoa para pessoa através de gotículas de secreção respiratória ou da garganta de portadores.12
A doença meningocócica pode progredir rapidamente para choque, falência de múltiplos órgãos e óbito em 24h se não houver tratamento urgente.7
Entre os sobreviventes, cerca de 10 a 20% dos sobreviventes ficam com sequelas como surdez, cegueira, problemas neurológicos e membros amputados. Cerca de uma a cada cinco pessoas infectadas morrem.8
Cerca de 10% dos adolescentes e adultos são portadores assintomáticos da bactéria na orofaringe (“garganta”) e podem transmitir a bactéria, mesmo sem adoecer. O estado de portador pode ser até 10 meses.11
Febre Amarela
Os macacos não são responsáveis pela transmissão, muito pelo contrário: esses animais servem como guias para a elaboração de ações de prevenção. A doença é transmitida por mosquitos.13
O Ministério da Saúde recomenda a vacina Febre Amarela (atenuada) para toda a população que viaja para Áreas Com Recomendação de Vacina (ACRV). Deve ser aplicada pelo menos 10 dias antes do deslocamento, para garantir o desenvolvimento da imunidade. Após a vacinação, é fornecido o Cartão Nacional de Vacinação, que deve ser conservado como documento pessoal.14
Não é verdade. Um estudo realizado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) para acompanhar possíveis mudanças genéticas no vírus da febre amarela realmente identificou mutações no vírus, resultado publicado em 2017. Porém, não há qualquer impacto destas mutações para a eficácia da vacina.13
Hepatite B
A hepatite B é uma Infecção viral, que atinge o fígado, potencialmente fatal causada pelo vírus da hepatite B (VHB). Pode causar infecção crônica e coloca as pessoas em alto risco de morte por cirrose e câncer de fígado.15
Na maioria dos casos a Hepatite B não apresenta sintomas. Muitas vezes a doença é diagnosticada décadas após a infecção, com sinais relacionados a outras doenças do fígado (cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados), que costumam manifestar-se apenas em fases mais avançadas da doença.16
Entre as causas de transmissão estão; as relações sexuais sem proteção com uma pessoa infectada; da mãe infectada para o filho durante a gestação, o parto ou a amamentação; compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos), de higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam) ou de confecção de tatuagem e colocação de piercings; transfusão de sangue contaminado.17
Difteria
A difteria, se não for tratada rápida e corretamente, pode provocar algumas complicações, como:
-insuficiência respiratória;
-problemas cardíacos;
-problemas neurológicos;
-insuficiência dos rins.18
Poliomielite
A poliomielite é causada pelo poliovírus e pode infectar crianças e adultos.19
Os sintomas da doença são variados, podendo evoluir de quadros leves de mal-estar e diarreia, até paralisias musculares graves, com sequelas permanentes, e morte.19
Embora a doença não seja mais comum em nosso meio, ela é um problema de saúde pública que pode ressurgir, caso a cobertura vacinal não esteja alta. No mundo globalizado, o vírus da pólio pode atravessar fronteiras e atingir as pessoas que não estão protegidas.19
Hib
H. influenzae b pode causar vários tipos diferentes de infecções. Os tipos mais comuns de doenças invasivas causadas por H. influenzae b são:22
-Pneumonia;
-Bacteremia;
-Meningite;
-Epiglotite;
-Celulite;
-Artrite infecciosa.
As doenças causadas por H. influenzae b podem afetar vários sistemas de órgãos. Os tipos mais comuns de doenças causadas por H. influenzae tipo b incluem pneumonia, bacteremia, meningite, epiglotite, artrite séptica, celulite, otite média e pericardite purulenta.22
Dengue
Coqueluche ou Pertussis
A coqueluche é uma doença infecciosa que se espalha facilmente de pessoa para pessoa através da tosse e espirros. Uma pessoa com coqueluche pode infectar até 12 a 15 outras pessoas. É por isso que estar em dia com as vacinas contra coqueluche e praticar boas etiquetas com relação a tosse e espirro é tão importante.26
A coqueluche é uma importante causa de mortalidade infantil.25 A maioria dos casos e óbitos se concentra em crianças menores de um ano de idade, especialmente nos primeiros seis meses de vida.1 Os bebês até os seis meses de idade ainda não completaram o esquema primário de vacinação com a vacina DTP (Difteria, Tétano e Coqueluche), e por isso estão mais suscetíveis à infecção pela Bordetella pertussis.26,27
As complicações da coqueluche podem incluir sinusite, pneumonia, otite média, perda de peso, incontinência urinária, fratura de costela e desmaio.28 Mais de 90% das crianças menores de 2 meses infectadas pela coqueluche são hospitalizadas devido a complicações associadas à doença.29
As vacinas recomendadas para as gestantes são inativadas, ou seja, são usados somente partes das bactérias já mortas e não apresentam riscos de causar infecção na gestante e no bebê.30-33
Como a mãe é, normalmente, a pessoa que fica mais próxima durante os primeiros meses de vida do bebê, elas são a fonte de infecção mais comum da coqueluche em lactentes, sendo responsáveis pela transmissão, em aproximadamente, 39% dos casos.34
Juntos protegemos a vida.
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